Share |

Dia dedicado às urgências do SNS no distrito do Porto

O Bloco de Esquerda do Distrito do Porto dedicou o passado dia 24 de outubro  a reunir com os conselhos de administração de vários hospitais do distrito do Porto. Durante todo o dia Catarina Martins, Moisés Ferreira, José Soeiro, Luís Monteiro, Domicilia Costa e Jorge Campos reuniram com as administrações da ARSNorte, Hospital de São João (da parte da manhã) Hospital de Santo Antônio, VNGaia e ULS Matosinhos (da parte da tarde).

Estas reuniões tiveram como intuito aferir dos planos de contigência para fazer face ao aumento de afluência das urgências no pico do inverno, em que as gripes e as condições climatéricas implicam desequilíbrio das populações mais frágeis e informar aquilo que pode ser a iniciativa do Bloco para prever algumas das questões que se possam vir a levantar nos próximos meses.

Todas as administrações levantaram a questão da necessidade de mais pessoas para garantir os serviços, principalmente enfermeiros e assistentes operacionais, e de abertura de camas para este período que se avizinha.  A questão da substituição de profissionais por baixa de parentalidade, por burnout ou por saída dos profissionais para outros locais de trabalho, é muito morosa e provoca desestabilização naquilo que é o serviço corrente destes hospitais, algo que não é compaginável com a intensidade de trabalho no pico de urgências e que condiciona todo o serviço médico prestado pelos hospitais com que reunimos.

Recentemente, saíram notícias relativas à afluência das urgências que teriam aumentado bastante no último ano, algo corroborado pelas administrações hospitalares e pela ARSNorte, que nos dão indicação, porém, de que estes aumentos se verificam nos casos graves (laranjas e amarelos), à exceção do Hospital de São João que verificou aumento significativo também nos casos ligeiros (azuis e verdes).

Em Matosinhos existe um historial bastante positivo da internalização de serviços como as análises e exames e uma via verde entre USF e hospitais que permite avaliar os casos para que venham melhor referenciados quando chegam às urgências, se se verificar ser essa a necessidade.

Em quase todas as reuniões se levantou questões relativas ao envelhecimento da população e a necessidade de respostas mais específicas e continuadas de acompanhamento de doentes crónicos, que muitas vezes acabam por se deslocar às urgências. Esta questão seria evitada por um acompanhamento personalizado e contínuo de respostas desenhadas para acompanhamento destes doentes.

Em declarações à imprensa, Catarina Martins referiu nesse mesmo dia que "Há três medidas essenciais que devem ser tomadas. Em primeiro lugar, a prevenção para que as pessoas “recorram aos cuidados de saúde primários e que se previnam com a vacina da gripe”. Por outro lado, é preciso dar meios às urgências e dar “autonomia dos hospitais para garantirem os recursos humanos necessários para que os planos de contingência possam funcionar”. Nomeadamente para contratar “médicos, enfermeiros e enfermeiras e pessoal auxiliar” para garantir “o atendimento permanente às situações de gripe para que a urgência normal não fique entupida com os casos de gripe”." Esquerda Net

O Bloco de Esquerda compromete-se com propostas para o apelo e apoio à internalização dos serviços como o que se verifica em Matosinhos, e não pode deixar de exigir a rápida substituição dos profissionais, para que o SNS tenha capacidade de resposta aos e às utentes e para melhores condições de trabalho de todos os profissionais hospitalares.