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Bloco questiona Governo sobre degradação da Faculdade de Belas Artes

grupo parlamentar do Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre a degradação da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) e se está previsto "um reforço" do orçamento da instituição e quando se iniciam as obras.

Numa pergunta dirigida ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, os deputados eleitos pelo círculo do Porto, Luís Monteiro, José Soeiro e Maria Manuel Rola, referem ser com "grande preocupação" que encaram as "faltas de condições de trabalho e de segurança" da FBAUP.

"É necessário um esclarecimento público acerca do calendário das obras e das medidas imediatas necessárias ao funcionamento da Faculdade", defendem os deputados.

Na pergunta enviada através da Assembleia da República, o BE questiona se o ministério tem conhecimento da situação e se vai "reforçar o orçamento" da instituição de ensino superior.

"O subfinanciamento que afeta Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto é um problema crónico há muito identificado. Fruto desse problema, ao longo dos anos têm vindo a público várias notícias sobre o estado de degradação da FBAUP", referem os deputados.

No documento, o BE pergunta também que obras estão previstas realizar na Faculdade e qual é o "calendário" para o arranque e duração das mesmas. No passado dia 15, em declarações à Lusa, a representante da Associação de Estudantes da FBAUP, Francisca Moura, denunciava a "falta de condições" dos espaços de trabalho.

"Os alunos estão há mais de um ano submetidos a infiltrações nos espaços de trabalho", disse.

De acordo com Francisca Moura, neste momento são "várias as salas sem extração de ar", mas os "espaços mais críticos continuam a ser" o pavilhão de escultura, local onde os alunos trabalham o mármore, e o pavilhão de pintura, de onde "cai água do teto".

"O mais crítico é o pavilhão de pedra, que é mais um barraco, onde os alunos trabalham o mármore. Fazem-no sobretudo no inverno e o pavilhão é completamente aberto. Estão cerca de 30 alunos a trabalhar com rebarbadoras e o chão, onde passam triplas, está alagado de água", afirmou, adiantando que no pavilhão de pintura, "os alunos tiveram de criar uma espécie de funil gigante para desviar a água" e proteger os seus materiais.

Há cerca de um ano, numa entrevista à agência Lusa a propósito da tomada de posse enquanto diretora da FBAUP, Lúcia Almeida Matos adiantava esperar "que as obras de reabilitação de um dos edifícios" ficasse "resolvida" em 2019, apesar de não acreditar que "a expansão de terrenos anexos à FBAUP" fique concluída durante o seu mandato.

"Há que definir o que é que queremos para aqueles edifícios e isso vai ser demorado. Tem de ser muito discutido, negociado, temos que estabelecer prioridades. Vai ser um processo que vai demorar e uma vez fechado isso, o chamado programa para aqueles espaços, então lançar concursos para arquitetura, etc. O que queria neste mandato era tornar o processo irreversível", afirmou Lúcia Almeida Matos.