
Na última segunda-feira, em sede de Assembleia Municipal de Matosinhos, o Grupo Municipal do Bloco de Esquerda propôs a manutenção de refeições gratuitas para crianças e jovens carenciados do nosso concelho durante o período das férias escolares. A proposta visava garantir a continuidade dos almoços, durante o mês de agosto, já que o previsto pelo Ministério da Educação cessará no final de julho, sendo que também se sugeria a inclusão de outros complementos (pequeno-almoço, lanche e jantar) de preferência em regime de take-away.
Numa sessão, onde se debateu um saldo de gerência de 37 milhões € e a boa saúde financeira do Município, torna-se, totalmente, incompreensível as desculpas apresentadas pelo Partido Socialista para a rejeição de um apoio específico e pontual aos alunos carenciados de Matosinhos, cujas famílias se encontram em profundo risco de pobreza e exclusão social fruto desta crise pandémica. Assegurar as refeições essenciais, numa altura de emergência, não deveria sequer ser alvo de proposta ou votação, mas um gesto de responsabilidade e de humanidade por parte de quem gere este Município. Além disso, a argumentação de que os apoios são mais do que suficientes, de que já há várias instituições de solidariedade no concelho ou de que não há enquadramento legal para a cabimentação desse tipo de verbas é, no mínimo, lamentável, mas, simultaneamente, revelador da falta de dever cívico, de justiça, de equidade e a ausência de sentido ético por parte deste Executivo Camarário PS.
Perdeu-se aqui uma enorme possibilidade de Matosinhos exercer uma política de proximidade sensata e inequívoca, à semelhança dos bons exemplos que têm surgido noutros pontos do país, sobretudo num momento de emergência sanitária, económica e social como aquele em que vivemos atualmente.
O Bloco de Esquerda lamenta este desfecho, que irá impedir o fornecimento de refeições gratuitas às crianças e jovens matosinhenses durante o mês de agosto, demonstrou, uma vez mais, que as prioridades dos eleitos pelo Partido Socialista em Matosinhos não passam, definitivamente, pela luta contra a pobreza nem pela sobrevivência das crianças e jovens mais carenciados deste concelho.
A recomendação foi rejeitada com a seguinte votação:
16 votos contra:
PS – 16 votos
7 votos a favor:
BE – 2
PSD – 4
PAN - 1
14 abstenções:
PS – 1
CDU – 2
Independentes – 2
António Parada, Sim - 3
Narciso Miranda -6