Não à privatização da STCP e da Metro

Esta sexta-feira, o Bloco de Esquerda com a presença da deputada Mariana Mortágua esteve em contacto com os utentes da STCP e Metro numa ação de sensibilização da população.

Esta iniciativa é englobada dentro das ações que têm vindo a ser dinamizadas pelo Grupo Parlamentar como forma de denúncia e de iniciativa legislativa contra o plano estratégico em curso de desmantelamento da oferta pública de transportes. Incluem-se aqui várias audições nomeadamente a audição pública de 2 de Fevereiro, a interpelação ao Governo e a apresentação de projecto de resolução agendados para 11 e 12 de Fevereiro.

Ver notícia da ação no esquerda.net

Foram distribuídos folhetos com informação assim como apresentada a petição contra a privatização da STCP e Metro do Porto. No folheto, podia ler-se o seguinte:

Pagamos mais para ter menos?

Não à privatização da STCP e da METRO!

Todos sabemos como os transportes são importantes no nosso dia-a-dia: para podermos ir para o trabalho, para podermos deslocar-nos para uma consulta médica, para irmos para escola ou, até, - porque não? - para  passearmos.

Mas, sabemos todos que, para isso, precisamos e merecemos transportes públicos de qualidade (que cheguem a todo o sítio, que se cumpram horários, que sejam frequentes, que sejam adaptados aos mais idosos - com pisos rebaixados e plataformas elevatórias -, que sejam amigos do ambiente) e que sejam acessíveis às nossas bolsas.

A administração da STCP, por instruções directas do governo, tem vindo a fazer precisamente o contrário: encerra linhas, baixa as frequências, ao mesmo tempo que aumenta os preços dos bilhetes e passes e que reduz as condições dadas à população estudantil e de “idade maior”! Mesmo as linhas e horários reduzidos não estão a ser cumpridos. O número de motoristas, mesmo cumprindo horas extra semanalmente, não chega sequer para cumprir esses horários! Estão em falta cerca de 120 motoristas. Os trabalhadores da STCP também são vítimas deste processo.

O governo PSD/CDS aumenta sistematicamente os impostos e baixa a qualidade dos serviços. Não aceitamos. Não permitiremos!

Mas, não satisfeito, o governo quer entregar de mão beijada o serviço público de transportes aos privados e o resultado já se sabe. Basta olhar para os transportes privados que já existem: viaturas velhas, poluentes e com poucas condições de segurança, superlotados, sem circulação às horas de menor afluência (aqueles que trabalham por turnos que hão-de fazer quando entram no trabalho às cinco ou seis da manhã?). No entanto, recebem na mesma subsídios do Estado e engordam os seus lucros à nossa custa e dos seus trabalhadores a quem não dão contrato de trabalho.

O Bloco de Esquerda defende firmemente a manutenção do serviço público de transportes na esfera pública. É a única maneira de garantir que as populações têm acesso a transportes de qualidade, que chegam a todo o lado, e acessíveis.

O BE tem-se oposto no Parlamento e fora dele à sanha privatizadora do governo que, ignorando todos os critérios de racionalidade económica, mais não quer que entregar tudo o que construímos ao longo dos anos (com os nossos impostos) aos privados. Foram os CTT, foi a PT, foi a EDP e querem agora privatizar a TAP e outras empresas públicas de transporte e querem tirar-nos a STCP e a Metro.

As populações Gaia, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto e Valongo e grande parte dos seus autarcas rejeitam veementemente esta privatização/ concessão a privados.

O Bloco tudo fará para derrotar as políticas de direita, austeritárias, que têm servido para aumentar as desigualdades, aumentar a pobreza e destruir os serviços públicos enquanto nos corta nos salários e nas prestações sociais, e nos aumenta os impostos.

Estão agendadas na Assembleia da República a nossa interpelação ao governo (11 de Fevereiro) e o nosso projecto de resolução (12 de Fevereiro) pela anulação dos concursos de concessão da STCP e da Metro do Porto.

Somos a esquerda que não baixa os braços nem faz concessões!