Na reunião com a direção da Segurança Social do Distrito do Porto, o Bloco de Esquerda abordou os temas das respostas sociais: na infância, na velhice, na saúde mental ou na resposta aos despejos e à emergência habitacional. De acordo com os últimos dados, no distrito do Porto há mais de 390 mil idosos, mas apenas 12 mil beneficiam de apoio domiciliário. E só 35% das crianças entre os zero e os três anos têm acesso a um lugar da creche comparticipado, num total de 14 mil. Nalguns casos, têm mesmo vindo a fechar instituições para a infância, como aconteceu no centro do Porto. É preciso um grande investimento na política pública de cuidados, para reforçar a oferta de respostas nestas e noutras áreas. Não basta garantir a gratuitidade das creches, um passo necessário pelo qual lutámos, mas também aumentar a oferta. O Bloco propõe a criação de um serviço nacional de cuidados, com o Estado a dar um impulso no planeamento de uma resposta em todo o território, que some à oferta que já existe no terreno assegurada por IPSS outros lugares, tipologias e respostas sociais, nomeadamente através de equipamentos públicos e parcerias com as autarquias. Devíamos dobrar a resposta de apoio domiciliário no distrito e sermos capazes de criar mais dez mil lugares de creche nos próximos quatro anos, aproveitando os fundos do PRR para o efeito. Para isso, devem ser identificados os espaços e os edifícios públicos vazios ou subaproveitados e, em vez de os vender, como sucedeu com o Lar das Fontainhas (edifício da Segurança Social no centro do Porto, comprado por um fundo imobiliário israelita para ser mais um hotel) e requalificá-los para responderem a necessidades sociais.