O grupo municipal do Bloco de Esquerda tem acompanhado com elevada preocupação a
situação relativa às queixas existentes sobre atos discriminatórios de pendor racista da
responsabilidade de um deputado da Assembleia Municipal do Porto do grupo Rui Moreira:
Porto Nosso Partido.
Desde logo, o texto veiculado nas redes sociais pelo deputado António Santos Ribeiro foi alvo
de um comunicado de condenação por parte do SOS Racismo, tendo na última sessão da
Assembleia Municipal esta questão sido de novo levantada no período das intervenções do
público, com a resistência do senhor Presidente da Assembleia Municipal, que aliás
interrompeu a interpelação em causa a partir do momento em que foi o deputado em causa
foi acusado de racismo. Na sequência dessa mesma intervenção, seguiu-se um desfile de
manifestações de apoio ao deputado, de desvalorização do sucedido e de negação de qualquer
pendor racista nas declarações disseminadas nas redes sociais, posições que suscitaram
consternação generalizada, tanto no grupo municipal do Bloco de Esquerda como noutros
grupos políticos.
Tendo agora tido acesso ao comunicado do SOS Racismo, que torna pública a instauração de
um processo de contra ordenação ao deputado António Santos Ribeiro em resultado da análise
às queixas recebidas pela Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR),
perante o que vem o grupo municipal do Bloco de Esquerda:
1) Reforçar que, como consta do nosso programa eleitoral, entendemos que o Porto é uma
cidade caracterizada pela diversidade e pela multiculturalidade, onde dever garantido o direito
pela diferença a igualdade de oportunidades, o que não se coaduna com atitudes de
discriminação, discurso de ódio, racismo, exclusão social com base na origem ou na etnia e
negligência dos direitos humanos.
2) Não toleramos que no órgão máximo da democracia local esteja como representante das
cidadãs e dos cidadãos da cidade qualquer pessoa racista e misógina, e muito menos que o
sinal que se dá à cidade em face de atitudes desta natureza seja de desvalorização ou mesmo
de complacência.
3) Defendemos que Rui Moreira e o seu grupo político na Assembleia Municipal devem retirar
a confiança política a este deputado que se deverá demitir, em face desta situação que põe
totalmente em causa a sua legitimidade política.