À semelhança do ocorrido na passada terça-feira dia 3 de janeiro com trabalhadores da STCP, o Bloco de Esquerda reuniu esta segunda-feira, 9 de janeiro com trabalhadores da Metro do Porto. Estas reuniões, solicitadsa pelo Bloco de Esquerda, pretendiam fazer um diagnóstico completo das carências que existem nos transportes urbanos coletivos da cidade. A intenção foi, mais uma vez, a de obter informação atualizada sobre as necessidades e o investimento necessário de forma a que se assegure o desenvolvimento e modernização das redes de transportes existentes ou a criar, para poder levar esse diagnóstico ao debate no Parlamento que terá lugar no dia 18 de janeiro. O Bloco de Esquerda levará, assim, ao parlamento as suas preocupações relativamente à necessidade de qualificação do serviço público de transportes apoiadas pela análise dos trabalhadores destas empresas.
Nesta manhã, estiveram presentes uma delegação composta por membros da Comissão Sindical de empresa e por membros da direcção do SMAQ, o deputado José Soeiro
Os trabalhadores referiram a ausência de expansão da rede do metro nomeadamente na linha da Trofa (desde o fim da linha ferroviária que o serviço tem sido assegurado por autocarros com grandes custos para a empresa) e na linha circular entre Senhora da Hora e Hospital de S. João. A ausência de avanços na expansão da rede satura as linhas existentes e impede largos sectores da população do Grande Porto de ter acesso a este serviço essencial de mobilidade.
Por outro lado, constata-se que a qualidade do serviço prestado pelo Metro do Porto tem vindo a decrescer devido à falta de investimento na manutenção do material circulante (sete a oito veículos estão parados) e a perspectiva é de agravamento destas condições. Foi igualmente referida o decréscimo dos padrões de fiscalização e segurança relativamente ao início de atividade, o que tem provocado incidentes e o aumento de situações fraudulentas.
Do ponto de vista das condições de trabalho quer a Comissão Sindical quer a Direcção do Sindicato referiram a necessidade de proceder a novas contratações para permitir acorrer aos serviços extraordinários e ao acréscimo da intensidade da frequência de circulação. Foi também referida a necessidade de se estender a condição de profissão de desgaste rápido aos trabalhadores maquinistas/agentes de condução que estão sujeitos a regime de turnos e condições de trabalho de grande responsabilidade e stress constante.
Na reunião de terça com os trabalhadores da STCP falou-se da já há muito ansiada contratação de novos motoristas. Existem 160 novos motoristas ao serviço o que que garante uma taxa de serviço de 96% quando anteriormente chegou a estar à volta dos 80%, tendo isto sido resultado da reversão da privatização e da degradação que estava em curso pelo anterior governo. Esta foi uma das batalhas da nova maioria que desta forma começou a resolver alguns dos problemas a que a STCP tinha sido exposta.
O Bloco sempre insistiu na reversão deste processo, na contratação de novos motoristas e na capacidade de responder à qualificação desta empresa. Como afirma o deputado José Soeiro, “a propriedade da STCP é pública, não foi privatizada” e “é preciso continuar agora o investimento na contratação de motoristas, é preciso renovar a frota - existe algum atraso no contrato para aquisição de novas viaturas - e sabemos que a frota precisa também de ser renovada e perspetiva-se que sejam adquiridas algumas centenas de novos autocarros para o serviço poder ter uma resposta mais eficiente” que garanta “transportes públicos acessíveis, mais baratos, com critérios ambientais e qualidade do serviço público, garantindo que os operadores privados não vão penetrando cada vez mais na área de operação da STCP”
Desta reunião saíram um conjunto de preocupações com a rede da STCP e com a garantia de qualidade do serviço nomeadamente através da fiscalização dos operadores privados na área de influência e atuação da STCP. Na próxima segunda-feira o Bloco de Esquerda do Porto reunirá também com os trabalhadores da Metro do Porto para colocar as mesmas questões e ouvir a análise dos trabalhadores quanto à qualificação do serviço prestado por esta empresa. Dia 11 de janeiro estas preocupações serão levadas a debate na Assembleia da República pela mão do Bloco.