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INCONFORMAÇÂO 2013 - “Não há que ter vergonha de ousar e lutar por tudo aquilo que sempre quisemos”

INCONFORMAÇÃO 2013
INCONFORMAÇÃO 2013 @ sede distrital do BE no Porto

A política quer ruturas, prepara-as e luta por elas. A preparação da confrontação é preparar ruturas”, foi desta forma que Francisco Louçã resumiu a apresentação que marcou a abertura do Inconformação 2013, subordinada ao tema, “História da Esquerda e dos Movimentos Sociais”.

Depois de uma revisão pelos grandes momentos de mudança da história política e da referência ao nascimento do Bloco de Esquerda, discutiu-se a vida do país, num momento em que a estratégia para mudar o rumo da situação portuguesa é “romper com a troika anulando a dívida”.

Também o feminismo e a indústria pornográfica marcaram a agenda do primeiro dia de Inconformação, num debate onde Pedro Pinto analisou o feminismo radical, a investigação na área da pornografia, as formas de censura contra as mulheres e a questão da liberdade sexual. Em paralelo, Nuno Moniz e Fernando Pedro exploraram o universo da Internet, na perspetiva das desigualdades e riscos.

A fechar o primeiro dia de Inconformação, o desemprego e a ideia de criação do próprio posto de trabalho foram o mote para se falar de empreendedorismo. Numa altura em que proliferam palavras como “missão”, “urgência de empreendedorismo”, “criatividade” e “espírito”, onde todos somos incentivados a “descobrir o herói que há em nós”, José Soeiro e Adriano Campos falaram sobre as questões do trabalho e da precariedade, aliadas às políticas do atual governo.

Tempo ainda para o Fundo Monetário Internacional, “O FMI é quem manda aqui?” foi a pergunta lançada por Mariana Mortágua com o objetivo de discutir as alternativas à economia subversiva que neste momento se vive em Portugal.

“Não há que ter vergonha de ousar e lutar por tudo aquilo que sempre quisemos”

“Saímos hoje mais fortes, quem mais ordena somos nós” foram as palavras escolhidas por Catarina Martins para encerrar o Inconformação 2013, depois de relembrar a necessidade de encontrar mais e melhores alternativas ao contexto de grande recessão, desemprego e crise que se vive no país. Segundo a coordenadora do Bloco de Esquerda, “o que se coloca à esquerda é ultrapassar a capacidade de ter ideias para um âmbito mais vasto, para o coletivo”.

A terminar este encontro, que durante dois dias reuniu cerca de centena e meia de jovens, aderentes e não aderentes do Bloco, Catarina Martins, não deixou de recordar a importância destes espaços de debate, partilha e encontro, numa altura em que “não há que ter vergonha de ousar e lutar por tudo aquilo que sempre quisemos”.

Para trás ficaram os debates sobre educação e pedagogia, por Henrique Vaz e Rui Trindade, o urbanismo e as necessidades de redesenhar a cidade para contrariar a exclusão social, assim como a urgência em criar espaços públicos com uma programação irreverente, por João Teixeira Lopes e Rui Morgado. Também a música teve lugar neste último dia de Inconformação, com a participação de Ricardo Martins e Ana Matos (Capicua), a lembrar a importância de “fazer política pela atitude”.

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Artigo de Bárbara Silva