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Gestão da Metro do Porto provoca prejuízo de quase mil milhões de euros

É uma questão que ganha outro relevo perante o brutal agravamento da situação financeira do Metro do Porto em resultado da celebração de contratos de risco financeiro absolutamente ruinosos. Se em 2010 as perdas dos chamados “swaps” adquiridos pela Metro do Porto já eram superiores a quinhentos milhões de euros, em 2011 já ultrapassavam 656 milhões, em Setembro de 2012 chegavam a 832 milhões de euros.

Como foi possível chegar a prejuízos financeiros de tal dimensão?

É aqui que o papel dos gestores públicos é determinante. As escolhas dos administradores executivos e dos diretores financeiros da Metro do Porto revelaram-se um autêntico desastre. Gente da confiança dos governos e do sistema financeiro e que nos bancos e nas empresas o que mais fazem é entrar em negócios de casino, apostando na especulação financeira. Quando é dinheiro seu, terão que fazer as contas às suas aventuras. Mas o caso muda completamente, quando usam dinheiro que não lhes pertence.

Desrespeitando o interesse público, abusando do dinheiro que não era deles, gestores da Metro do Porto desataram a subscrever produtos financeiros derivados, de alto risco, no montante superior a 1,5 mil milhões de euros. E agora os prejuízos já atingem quase mil milhões de euros, mais de 3 vezes o gasto anual do rendimento social de inserção atribuído a mais de duzentas mil pessoas com muito baixos rendimentos.

Para além de Braga Lino e Juvenal Peneda que estão de saída do governo, também Valentim Loureiro e Rui Rio como presidentes da Junta Metropolitana do Porto devem ficar na foto de família destes aventureiros financeiros que provocaram, na Metro do Porto, uma gigantesca cratera de dívida, muito superior ao gasto com a construção de 3 novas linhas da 2ª fase de expansão do metro.

O grupo metropolitano do Bloco de Esquerda não deixará de exigir da Junta Metropolitana do Porto, como accionista muito significativo da Metro do Porto, a assunção das suas responsabilidades políticas pela utilização das receitas dos títulos de transporte na aquisição de produtos financeiros especulativos como os que tiveram um papel decisivo na bancarrota do sistema financeiro internacional.

Os gestores públicos não podem ser negligentes e aventureiros.

 

O grupo metropolitano do Porto do BE