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Candidatura autárquica lançada no Porto: "E se virássemos o Porto ao contrário?"

 

“E se virássemos o Porto ao contrário?” é o título da declaração de candidatura autárquica tornada pública hoje. Esta candidatura resulta de um processo assembleário lançado pelo Bloco de Esquerda e por um conjunto de ativistas de movimentos sociais que têm na última década lutado contra a política da direita instalada no governo da cidade. O sociólogo José Soeiro e a poeta Ana Luísa Amaral foram eleitos em assembleia como os primeiros candidatos à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal, respetivamente.

 

Uma candidatura diferente

Os promotores desta candidatura afirmam-na diferente. “O impulso que nos juntou encontrou na atual concelhia do Porto do Bloco de Esquerda a disponibilidade para, em conjunto e em pé de igualdade neste processo, preparar uma candidatura em que esta assembleia conquista autonomia na construção programática e nas decisões coletivamente tomadas. Queremos construir com o Bloco uma candidatura autárquica que seja aberta, que seja nossa, inventar essa possibilidade.” referem na declaração, ponto de partida para uma campanha feita “com as nossas mãos, em modo artesanal, erguida contra os ventos do cinismo que minam os nossos desejos de mudança”.

Os músicos João Lóio, Ana Deus e Alexandre Soares, a MC Capicua, o geógrafo e urbanista Álvaro Domingues, a escritora Regina Guimarães e Pedro Eiras, os arquitetos José Gigante e Pedro Figueiredo, as psicólogas Gabriela Moita e Milice Ribeiro dos Santos, ativistas da cidade como Ana Afonso ou José Lino, da Fontinha, os diretores de entidades culturais Mario Moutinho, Francisco Beja e José Leitão, ativistas dos movimentos contra a troika como Tatiana Moutinho, do teatro e da dança como António Capelo, Joclécio Azevedo, Adelaide Teixeira, Rui Spranger e Catarina Lacerda, o professor universitário e especialista em drogas Luís Fernandes, os deputados municipais Ada Pereira da Silva, Joel Oliveira e José Castro, a presidente da associação feminista UMAR Maria José Magalhães, os sindicalistas Henrique Borges e José Moreno, o investigador do IBMC e membro do Conselho Nacional de Ética Jorge Sequeiros, o professor e realizador Jorge Campos, os dramaturgos Jorge Louraço Figueira e Jorge Palinhos, os ativistas LGBT Paula Antunes e Tiago Braga, a presidente da Comissão de Moradores do Bairro de Aldoar Esmeralda Mateus, os artistas plásticos Fernando José Pereira e Rita Castro Neves, a poeta Ana Luísa Amaral, são alguns dos mais de duzentos subscritores iniciais da declaração de candidatura “E se virássemos o Porto ao contrário?”, que, dizem, em breve será colocada em plataforma online para subscrição pública.

 

Pelo direito à Cidade

A declaração lembra que “nos últimos anos o Porto perde em média nove pessoas por dia, transformando-se na cidade dos que são obrigados a partir sem regresso anunciado” e ainda que “em pleno século XXI, no Porto, está a aumentar escandalosamente o número de pessoas a viver sem luz e sem água, por não terem condições económicas para pagar as contas”.

No mesmo texto afirma-se o desejo de “virar o Porto ao contrário” pelo “direito à cidade” e porque «no Porto houve e há energias e experiências que nos dão ânimo – cidadãos e cidadãs que se têm empenhado e lutado para construir outros modos de viver e de fazer cidade. Uma autarquia decente não pisa o que mexe na cidade, mas apoia a auto-organização popular e as experiências de apropriação coletiva, qualifica o espaço público, aprofunda a democracia participativa, presta contas das decisões camarárias, promove referendos locais, respeita e apoia a iniciativa popular.».

 

Para subscrever a candidatura clique aqui.

A declaração “E se virássemos o Porto ao contrário?” bem como a lista dos seus subscritores (até 24 de Abril), pode ser lida na íntegra em baixo (ficheiro pdf).

AnexoTamanho
declaracao_candidatura_porto_com_promotores_24abril.pdf82.49 KB