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QUALIDADE DO AMBIENTE

A defesa do meio ambiente e o combate às alterações climáticas decorrentes do aquecimento global são questões cruciais para a qualidade de vida e sobrevivência da espécie humana e da vida no planeta.

O aumento da pegada ecológica, provocado pela acção de cada um de nós é assinalável e tem crescido de forma exponencial.

Não será possível alterar a grave situação que já hoje vivemos, com alterações climáticas bastante sensíveis, apenas com acções individuais, mas se cada um de nós desenvolver um conjunto de medidas mais amigas do ambiente, conseguiremos mudar alguma coisa.

O consumismo desregrado que leva uma parte da humanidade a malbaratar  bens muito para além da capacidade de recursos do planeta, é uma das causas dos problemas ecológicos e das desigualdades sociais.

Os grandes interesses financeiros, através dos seus meios de comunicação, procuram propalar a narrativa de que a responsabilidade das alterações climáticas não tem a ver com as indústrias poluentes, nem com a utilização intensiva de energia produzida a partir de combustíveis fósseis, tentando fazer crer que isso se deve, apenas, às alterações cíclicas do clima do planeta. Está cientificamente provado que isto não é verdade.

A consciência das alterações climáticas está a crescer e é cada vez é maior o número de pessoas que tomam consciência de que é necessário alterar a forma como nos comportamos face ao planeta, para evitar o seu esgotamento e a sua destruição.

A substituição do uso de energia com origem em combustíveis fósseis, por outras fontes energéticas renováveis e mais limpas, constitui um passo indispensável para melhorar as condições de vida no planeta, enquanto a degradação não for irrevogável.

Práticas que conduzam a um plano de eficiência energética em todos os edifícios públicos e nas habitações são uma forma de conseguir uma poupança de energia importante, devendo a sua implementação ser considerada prioritária.

A criação de condições para que os transportes individuais possam ser sustentavelmente substituídos por transportes colectivos, com veículos pouco poluentes, mas de qualidade, é uma responsabilidade a que as autoridades, nomeadamente locais, não podem furtar-se.

Um aumento do número de árvores plantadas no município, nomeadamente nas bermas das auto-estradas, nas ruas e em taludes e espaços desocupados contribuirá para a melhoria da qualidade do ar e para diminuir a carga de ruído.

A despoluição das linhas de água que atravessam Matosinhos, não só o rio Leça, mas toda a sua bacia e as restantes ribeiras, deve merecer o cuidado da Câmara, devendo ser prioritárias face à construção de possíveis passadiços, que só serão uteis se as águas estiverem limpas.

Igualmente, o mar, sofre um ataque violento por parte da sociedade poluidora. Não são só os detritos arrastados pelos rios, como plásticos que já entram na cadeia alimentar, mas os produtos químicos com origem nas actividades agrícolas e na industria farmacêutica  que conspurcam essa fonte de riqueza insubstituível. É indispensável uma cada vez mais apertada fiscalização e um cuidado acrescido no tratamento dos resíduos líquidos, que acabam no mar.

Será neste sentido que as propostas do Bloco de Esquerda, sobre as questões da defesa do meio ambiente, serão apresentadas e defendidas.

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Os graves acontecimentos que nos últimos dias ensombraram a cidade de Charlotteville, no Estado de Virgínia nos Estados Unidos, onde grupos de supremacistas brancos, racistas, partidários do Ku-Klux-Klan, e fascistas, apoiantes das propostas políticas de Donald Trump, se manifestaram armados nas ruas e provocaram uma morte e ferimentos em várias pessoas, não teve por parte das altas autoridades americanas a resposta firme que seria de esperar.

Estas manifestações, aproveitando o clima favorável da governação Trump, estão em sintonia com acções de racismo e xenofobia desencadeadas em diversos países da Europa.

Por cá, também o discurso de Passos Coelho na festa do Pontal, seguiu esta moda. As declarações que proferiu podem ser encaradas no mesmo sentido. Seguem, alias, as declarações do candidato do PSD de Loures, André Ventura e daqueles que o apoiaram.

 Este tipo de discurso é tanto mais grave quando Portugal é um país aberto à imigração, que, aliás, nos tem sido benéfica, e que simultaneamente tem milhões de emigrantes espalhados por todo o mundo, que podem ser vítimas dessas mesmas narrativas xenófobas.

É tal a preocupação em atacar o governo e as forças que o apoiam na Assembleia da Republica que Passos Coelho não hesitam em mentir e em inverter os factos para tentar confundir os cidadãos eleitores e isso é de uma irresponsabilidade sem nome.

Ora as alterações legislativas a que Passos Coelho se refere, dizendo que não quer que “qualquer um possa viver em Portugal”, mais não são do que a transposição para a legislação portuguesa de directivas europeias, totalmente em linha com o direito europeu de livre circulação e de abertura de fronteiras.

Esta posição de Passos Coelho é totalmente contraditória face à forma subserviente que sempre manifestou aos ditames europeus durante a vigência do seu governo.

O racismo e a xenofobia, no nosso país só podem merecer o mais vivo repúdio por parte da esmagadora maioria do povo português.

23.08.2017