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PROPOSTAS

A candidatura do Bloco de Esquerda aos órgãos autárquicos de Matosinhos tem como sua primeira preocupação as pessoas.

Todas as propostas apresentadas no Programa Eleitoral têm como finalidade a melhoria das condições de vida dos cidadãos que vivem ou trabalham no nosso município.

É nesse sentido que privilegiamos as propostas que, embora sem o caracter de espectacularidade tão grato a outras candidaturas, procuram resolver problemas do dia-a-dia das pessoas.

Não fazemos promessas de obras faraónicas, nem investimentos multimilionários que ultrapassem as possibilidades reais das finanças concelhias ou até do orçamento do país, mas comprometemo-nos a continuar a auscultar as necessidades e anseios mais urgentes das gentes de Matosinhos, na plena consciência  de que não somos donos de verdades absolutas.

Como sempre temos feito, declaramos a nossa disponibilidade para propor e apoiar as medidas que se nos afigurarem benéficas para Matosinhos e rejeitaremos sem hesitar as propostas que nos pareçam contrários aos seus interesses.

Assim, em defesa dos munícipes de Matosinhos, recusamos firmemente a transformação das eleições autárquicas e por maioria de razão a política no nosso concelho, numa luta de competição com os concelhos vizinhos ou numa luta pouco clara contra o governo da Republica.

Não confundimos as justas reivindicações de equidade na distribuição de fundos com demagogias “bairristas” e sem fundamento político, que procuram criar antagonismos com as estruturas do poder central, apenas e só por falsos pretextos e fanfarronice ou para validar vinganças pessoais.

Além do mais, esse tipo de agressividade procurando criar inimigos externos para encobrir debilidades internas, geralmente envolve razões que nada têm a ver com os interesses das pessoas.

Igualmente, as lutas por supostas hegemonias locais, num tempo em que se exige melhor planificação de serviços e de recursos, não passam de afirmações de vaidades pessoais e de projectos de poder nada democráticos. As justas aspirações dos cidadãos são demasiado sérias e não têm que ser manipuladas por quem quer que seja.

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Dos contactos que os militantes do Bloco de Esquerda foram tendo por todo o território do concelho resultou a verificação de uma realidade iniludível, as diferenças profundas entre as freguesias do norte do município, Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo, e as freguesias a sul, Matosinhos/Leça da Palmeira ou São Mamede/ Senhora da Hora.

É a profunda diferença entre o ambiente urbano destas e uma maior ruralidade das primeiras. Daí não resultaria qualquer problema se a qualidade de vida fosse equiparada, mas tal não acontece. Nas freguesias ao norte constatamos carências enormes: sistemas de esgotos deficientes, insuficiência de transportes públicos, um urbanismo confuso e inaceitável nos nossos dias, com ruas intransitáveis, sem passeios e onde as pessoas disputam com os automóveis a mesma via, por vezes com dois sentidos, com os alunos das escolas em permanente perigo por serem obrigados a usar caminhos desprotegidos e sem vias para os peões.

Esta situação é completamente inaceitável num município como Matosinhos, que com alguma razão, permanentemente se orgulha da sua modernidade, mas encobre diferente qualidade de vida.

A manutenção e o apoio à agricultura e à pecuária ainda existente no concelho e predominantemente nas freguesias de Lavra, Perafita e Santa Cruz do Bispo tem que ser compaginável com um desenvolvimento urbanístico, social e de mobilidade, equiparado ao das freguesias mais ao sul.

Esta será uma das bandeiras de luta que não deixaremos cair.

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Os apoios sociais que uma população envelhecida necessita têm merecido alguma discussão nesta campanha eleitoral. É importante que isso aconteça, porque diz respeito a cerca de 30% dos cidadãos de Matosinhos.

Um envelhecimento saudável passa por uma vida activa por parte do idoso, uma convivência social permanente e a manutenção das suas ligações ao meio.

O ideal seria a manutenção do idoso na sua casa, evitando situações de isolamento. No entanto, sabemos que um número elevado de idosos vive sozinho e em condições de habitabilidade difíceis, com baixíssimos rendimentos.

As famílias nos nossos dias e não apenas por egoísmo, nem sempre podem manter os seus idosos nas melhores condições. Os centros de dia são uma forma de ultrapassar algumas carências, sobretudo quando todos trabalham, mas por vezes nem isso é suficiente. Nesses casos impõe-se que os idosos tenham a possibilidade de ser instalados em lares, com toda a dignidade, servidos por profissionais habilitados, e com custos de acordo com as possibilidades de cada um. Este serviço é um direito de quem trabalhou e merece ser respeitado, não pode ser encarado como forma de caridade.

No caso dos idosos com possibilidades de se manterem nas suas próprias casas, um serviço de acompanhamento profissional deve prestar-lhes todo o apoio necessário. Este é um dever do Estado, um sistema de apoio eficiente e responsável, que não pode ser substituído por voluntários de boa vontade, mas sem preparação específica e de forma aleatória. O voluntariado tem o seu papel, mas não é por certo o de substituir profissionais com preparação. Uma coisa é a responsabilidade social outra diferente é a boa vontade do voluntário. Uma não pode substituir a outra. São coisas diferentes.

Estas propostas estão consignadas no Programa Autárquico para Matosinhos do Bloco de Esquerda.

20.09.2017